12 de set. de 2010

Uma análise rápida e descomprometida sobre o filme “A Origem”.

Acabei de voltar do cinema... fui assistir “Inception” ou “A Origem” ...

Sensação estranha essa de achar o filme chato... Afinal, trata-se do que? Do inconsciente...? Ou como traduzem o tempo todo “subconsciente” ?
Pode ser... mas mais me pareceu inspirado em Psicologia de manual... ou uma psicanálise selvagem como diria, talvez, Freud.
Sim, ok, concordo, tem elementos interessantes... o cofre, ok... todos guardamos segredos, etc., pensamentos podem ser produzidos... etc, etc, etc. Pessoas se tornam personagens em nossas vidas ou fantasmas, esses produzem sintoma, blá, blá, blá... Temos que exorcizar os fantasmas pra seguir a diante... ok... tudo certo até aí, mas... O FILME É CHATO! Bem, pelo menos pra quem tem uma certa intimidade com seu inconsciente e percebe a complexidade desse, para quem sonha e produz pensamentos desde uma análise onde o sujeito dá lugar a palavra, ao discurso.
Ah, lembrei! Algo de interessante no filme... a arquiteta... acho que é a menina que fez “Juno”, preciosa também nesse personagem... ela possibilita ao protagonista sair de uma Morbidez, termo que inventei e gerou uma tese de Doutorado para falar daquele se exclui (para quem tiver interesse ver texto no blog), como o analista quando escuta o sujeito na análise do seu sonho. Ela vai com ele construindo (afinal é uma arquiteta) e desconstruindo idéias, transformando imagens, pontuando cenas... Bem, por isso, concordo com Contardo Calligaris, o filme parece mais a realidade do nosso cotidiano, do que vivemos acordados suficientemente alienados do que nos determina, esbarrando constantemente nos nossos fantasmas e vivendo a realidade segundo a nossa própria percepção. Amores que nos atravessam e fazem marcas... persistem, insistem na condução de nosso desejo, orientando a direção das nossas vidas. Amor de pai, de mãe, do outro seja um homem ou uma mulher, tal como Nolam que vive aprisionado no fantasma de Mal... que surge no filme como o seu “mal”.

Assim, o filme faz produzir, afeta... porém, continuo pensando... é chato, mas... não de todo ruim!

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