14 de mar. de 2011

Silêncio e Dor

Existem alguns acontecimentos que nos calam... inibem as palavras... ou mesmo por que muitas vezes o horror ou a dor é infinitamente insuportável que a linguagem que depende da língua não é suficiente, não dá conta de representar. A arte, nesses momentos, é o nosso único artifício para expressar e comunicar algo dessa ordem. Tenho escutado até em tom de crítica sobre o silêncio de Porto Alegre e da comunidade judaica diante da perda de um autor como Moacyr Scliar. Compreendo que esse “silêncio” neste momento é uma pausa, um tempo que se faz necessário para elaborar essa dor que acompanha invariavelmente a perda de pessoas queridas, caras a nossa vida. Scliar era um homem de todos, entrava nas nossas casas através de jornais, televisão e livros. Nos acompanhava na educação dos filhos, na auto compreensão de si mesmo, do outro, da vida. Foi além de um formador de opinião, como homem público, foi um educador. Pois fez educação, não só como escritor, mas também em seu trabalho como médico e porque não dizer jornalista. E como todo bom educador sempre será lembrado como um tipo de pai, um bom pai. O pai exemplar, compreensivo e presente. O pai de um povo, do povo gaúcho, do brasileiro e dos judeus que a ele creditavam ouvidos e olhares. O respeito e o carinho que conquistou não só por sua competência, mas por seu caráter comove agora a todos na hora de sua falta. Com certeza Scliar será daqueles homens para sempre homenageados... Um dos raros e que, enquanto parte dessa sociedade, tivemos a responsabilidade por produzir sua presença entre nós. Que bom, não produzimos somente pobreza, corrupção. Produzimos arte, educação, saúde, caráter!

Deixo novamente aqui,  melhor registrado, um link sobre a súbita perda do nosso tão querido Moacyr Scliar através das  palavras de um outro grande autor Ignácio de loyola Brandão:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110311/not_imp690295,0.php

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