Antes de postar aqui a entrevista que dei sobre "Medos e Fobias" para a rádio Pampa em fevereiro de 2010, quero escrever algo sobre o sintoma, nada técnico, como uma explicação sobre o que é o sintoma, teorias, etc. Mas um recado a todos os sujeitos que como eu e você temos um (entre muitos) sintoma em especial que carregamos desde que recebemos o nosso nome e que nos marca, fala de e em nós. "Lacanianamente", talvez pudesse ser chamado de "Sinthome" e sobre isso temos muito a agradecer a esse psicanalista que freudianamente desenvolveu uma teoria sobre o Sinthome que trata de nos libertar da busca infinita de uma vida sem sintomas. Entre o Sinthome e o sintoma, como por exemplo aquela fobia que re-veladamente se manifesta como um medo ou pânico de voar de avião, andar de elevador ou sair na rua em dia de chuva, compõe-se um modo de ser. Um modo de ser que se sustenta em sintomas sendo um ou mais especial, aquele(s) que se repete agudamente como no exemplo citado e, que nos parece num primeiro olhar, toda a causa de nosso sofrimento e até desgraça. Bem, o recado para você, para mim e para todos é, através da poesia de Paula Taitelbaum:
“Tenho lá meus pânicos
Meus desânimos
Meus desencontros
E descaminhos
Tenho
Não nego
Mas também
Não me apego.”
(Ménage à Trois, 2006, pag. 115)
Em análise o trabalho também é esse, desinflar o fantasma, para que se possa precisar menos do sintoma. Literalmente desapegar-se desse. Sem deixar de ter em consideração o sofrimento do sujeito que pensa ter toda sua dor provocada pelo seu sintoma. O mais importante é que o próprio analista possa ir além desse apelo, ele próprio se desapegando inicialmente desse primeiro pedido geralmente desesperado de cura, para assim partir para uma escuta do significante. Isto é, “nadando para além da rebentação” para seguir a correnteza que levará o sujeito a outros mares. Com certeza esse outro olhar já, num primeiro momento, trará alívio a toda forma de dor que conduz uma pessoa a buscar livrar-se de seu sintoma.
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